O RASTO É A FORMA
QUE O TEMPO CONSTRÓI
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Ao longo dos últimos três anos habitámos um espaço, operámos mudanças neste território onde nos inscrevemos, que
tornámos nosso e onde iremos deixar restos e rastos da nossa permanência.
Esta exposição marca um fim: de um ano letivo, de uma licenciatura, de um conjunto de vivências irrepetíveis.
Marca também um princípio (porque os fins trazem sempre novos começos) e é a partir deste lugar transitório e
frágil que queremos convidar-vos a conhecer estas marcas inscritas. São vestígios visíveis do nosso percurso
individual construído de forma partilhada entre nós, os nossos pares, professores e todos os que habitam esta
geografia.
Os trabalhos aqui presentes formam um ecossistema de procuras e investigações onde sentimos o reverberar de um
som futuro que já carregamos cá dentro e fará parte do nosso rasto construído pelo tempo. Formam também uma rede
de micorrizas, transmissões e contaminações. Essa será talvez a essência do trabalho em ateliê, parte
fundamental do percurso partilhado que nos trouxe até aqui. Em conjunto estes trabalhos compõem um ensaio sobre
o modo como nos inscrevemos, ocupamos e alteramos o mundo.
Chegados então a este marco geodésico do nosso fim-princípio, encontramos a paisagem-palimpsesto que forma esta
exposição e onde vos convidamos a permanecer, sem pressa, ocupando um lugar construído e um futuro desejado.
Obrigada a todos os que nos acompanharam nestes anos e nos ajudaram a descobrir o caminho até aqui.